Ir ao dentista é um desafio para muitas pessoas. A ansiedade e o medo de ir a uma consulta são preocupações reais que afetam muitos pacientes.
A Odontofobia – medo extremo do dentista e dos tratamentos dentários – é uma barreira aos cuidados de saúde oral. Muitas vezes, estes pacientes acabam por adiar a visita ao dentista e só marcam consultas em situações extremas em que já sentem dor ou desconforto.
Aliás, um estudo recente mostrou que na Suécia, por exemplo, 1 em cada 5 adultos sofre de algum tipo de ansiedade relacionada com o dentista. 4,7% dos respondentes disse sofrer de “ansiedade severa”, 4,5% “ansiedade moderada” e 9,8% “ansiedade baixa”.
Quais os motivos do medo do dentista?
Para resolver o problema, é necessário perceber as causas do mesmo. Ou seja, as razões que levam um paciente a sentir medo. As mais comuns são:
- Agulhas – Em geral, as pessoas já têm algum receio de agulhas e o facto de no dentista estas serem usadas em procedimentos mais invasivos, aumenta o medo.
- Broca – Este instrumento pode ser considerado a “arma de destruição” e causa ansiedade devido à vibração, spray e barulho.
- Cheiros e sons – Num ambiente clínico, a constante higienização do espaço e materiais deixa um cheiro “químico” característico que pode ser considerado um gatilho para a ansiedade do paciente. Por outro lado, os ruídos intensos de alguns tratamentos também podem causar mais stress.
- Dor – O medo mais comum deve-se à ideia de que o tratamento vai doer. Seja porque já tivemos uma má experiência ou porque alguém nos falou de uma experiência negativa que nos deixou com medo desse tratamento.
- Sermões – Outra das razões que levam os pacientes a adiar a sua ida ao dentista é o receio de serem “julgados” e de se sentirem envergonhados pela sua situação dentária.
Como ajudar os seus pacientes?
Para combater o medo do dentista e ajudar os seus pacientes a sentirem-se mais confortáveis, sugerimos 4 soluções.
1. Consulta humanizada
A principal forma de ajudar os pacientes a ultrapassarem estes receios é através de uma consulta mais humanizada.
Em artigos passados já falamos da importância de melhorar a experiência do paciente na clínica e uma das formas de fazer isso é através de um atendimento mais próximo e empático.
É fundamental que aborde a consulta não como um problema a resolver rapidamente, mas sim que tire o tempo para esclarecer e tranquilizar o paciente. Tente compreender as razões do medo do paciente para conseguir ajudá-lo da melhor forma.
2. Ambiente calmo e acolhedor
Uma vez que os cheiros e sons são um dos fatores que causam medo no paciente, tente criar um ambiente mais agradável na clínica e na própria sala de tratamentos.
Coloque um aroma agradável que ajude o paciente a esquecer que está num ambiente médico e o faça sentir-se mais relaxado. Utilize uma música de fundo calma, que transmita sensações positivas.
Hoje em dia, algumas clínicas chegam mesmo a disponibilizar fones para que o paciente possa ouvir a sua própria música e evitar o stress causado pelo ruído estridente dos tratamentos.
3. Tempos de espera curtos
O tempo de espera do paciente na receção deve ser curto. A ansiedade do paciente começa ainda antes da consulta, daí ser tão importante este não ficar demasiado tempo à espera.
Quanto mais tempo estiver desocupado, maior a sua agitação e preocupação com o que vai acontecer na consulta.
Esta é outra razão pela qual deve garantir meios para o paciente se entreter enquanto aguarda pela consulta. Disponibilize wi-fi e tenha uma televisão ou revistas na sala para ajudar o paciente a abstrair-se.
4. Explicação dos procedimentos
Para alguns pacientes o problema é não perceberem o que vai acontecer durante a consulta. Adapte a linguagem ao paciente e explique os procedimentos de forma simples.
Nesses casos, a demonstração do tratamento também pode ser uma solução. Assim, o paciente consegue processar a informação e sente-se mais no controlo da consulta.
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